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Visualização de dados: ferramentas e práticas importantes

O trabalho com dados exige muita perspicácia do analista na hora de estudar suas características e desvendar possíveis pistas que mostrem algo relativo a uma situação ou acontecimento.

Gráficos ajudam a tornar a análise mais agradável, contudo, a elaboração de gráficos e tabelas pode se tornar trabalhosa sem a ajuda de uma ferramenta para a visualização dos dados.

O que são essas ferramentas de visualização de dados?

São ferramentas OLAP (Online Analytical Processing), que facilitam a vida do usuário de dados e tornam a tarefa de verificação das informações mais simples e agradável. Também são conhecidas como Analytics and Business Intelligence (ABI), pois, segundo o Gartner, permitem que usuários finais, sem experiência técnica, possam analisar dados de maneira eficiente.

Elas possuem algumas características:

  • São extremamente visuais, possuem gráficos, tabelas, permitem a inserção de texto, figuras;
  • Tem como base o modelo de arrastar, colar e inserir, o que facilita a manipulação de elementos;
  • É possível se conectar com as origens de dados;
  • Permitem o compartilhamento em vários formatos, além dos próprios relatórios e dashboards produzidos, geralmente você consegue enviar dados por e-mail, PDF, etc.;
  • Há um controle de acesso, geralmente com níveis hierárquicos;
  • O analista economiza tempo, pois muita coisa já está pronta; e 
  • Há uma padronização de design que pode ser seguida pelo analista.

Quais as ferramentas para visualização de dados?

A consultoria Gartner fez uma pesquisa sobre as plataformas mais conhecidas do mercado 

Magic Quadrant for Analytics and Business Intelligence Platforms
Imagem 01: Gráfico produzido por Gartner – “Magic Quadrant for Analytics and Business Intelligence Platforms”. Gartner (March 2022)

Dentre essas plataformas, existem algumas que possuem ferramentas mundialmente conhecidas. No Brasil, pelo que eu tenho visto: Looker Studio, do Google, e Microsoft Power BI são muito utilizadas.

O Looker Studio é a minha predileta. Trata-se do antigo Google Data Studio, ferramenta do Google projetada para ajudar a analisar dados oriundos de diversas origens, principalmente de seus produtos como Google Ads, Youtube, entre outros. 

Por que gosto tanto dessa ferramenta? Pela simplicidade. É fácil de usar, aprender, não tem complicação. Outro fato que entendo que ajuda muito, é que como trabalho bastante com produtos Google, e a ligação entre eles é meio que “natural”, acaba facilitando meu dia a dia.

O PowerBI também é uma excelente ferramenta. Conheço e já trabalhei com ela, principalmente quando se tratava de dados mais robustos. Ela é ótima para criar dashboards para visualização de dados e tem integração com Excel, SQL, Google Analytics, SAP, entre outros

Se vende como uma ferramenta muito segura, o que é importante nos dias de hoje.

Do que eu tenho visto no mercado, principalmente empresas que possuem toda a suíte Microsoft, a opção é pelo uso dessa ferramenta.

Outra característica é que, quando a quantidade de dados é muito grande, alguns profissionais acabam optando pelo PowerBI.

Existem também outras ferramentas excelentes no mercado, como: Tableault, Metabase, Looqbox, Klipfolio, entre outras. Recomendo uma pesquisa mais aprofundada pelo leitor.

E o velho PowerPoint?

Os mais puristas devem estar “torcendo o bigode”, mas ele foi e ainda é uma das ferramentas mais utilizadas para mostrar dados de modo a criar um storytelling.

cena do The Office
Imagem 02: cena do PowerPoint na série “The Office”.

O fato é que a melhor ferramenta é aquela que vai possibilitar a você mostrar o que é necessário para os seus clientes. Eu já usei e ainda uso muito recursos de geração de slides como Apresentações Google, PowerPoint, entre outros que são mais visuais e dão certa liberdade de edição quando preciso. Principalmente, em apresentações para grande número de espectadores.

E, se você usa, não há problema nenhum nisso. O que importa é como você está entregando as informações para seus clientes e se eles estão conseguindo entender.

Em muitos dos relatórios que entrego, acabei passando para modelos automáticos em Looker Studio, para facilitar minha vida, pois, principalmente aqueles diários e semanais, podem ser agendados e enviados pela própria ferramenta ao cliente.

Em casos de estudos maiores, onde preciso fazer análises mais robustas, geralmente eu uso meus modelos em R. Se precisar montar uma apresentação com os dados obtidos, acabo passando imagens e prints para uma ferramenta de slides, em conjunto com anotações e conclusões importantes.

Quais os modelos podem ser apresentados?

Ao utilizar essas ferramentas, você pode optar por alguns modelos de visualização.

  • Dashboards — são muito bons para serem usados na apresentação de indicadores, principalmente aqueles que exigem exibição em tempo real. Você pode colocar todos os dados para a tomada de decisões em um só local;
Imagem 03: dashboard modelo do Looker Studio.
  • Scorecards — muito semelhante ao conceito do BSC (Balanced ScoreCard), um excelente modelo para mostrar KPIs (key performance indicator). Você pode optar por ele quando estiver analisando indicadores de performance. É baseado em cards que você pode colocar, com porcentagem, quantidades e um pequeno texto embaixo;
  • Infográficos — com eles você pode aproveitar gráficos e desenhos para a criação de um relatório para o público geral. São muito utilizados em sites de notícias, quadro de avisos, etc;
  • Storytelling — contar histórias é a forma mais eficiente de passar informações ao público. Trata-se de um dos modelos que podem ser utilizados para contar histórias com os dados, atraindo a atenção do público, principalmente em apresentações. Perceba que não me refiro a uma romantização dos dados, mas que eles possam formar, na cabeça do espectador, uma linha temporal de início, meio e fim. Um ótimo livro para aprender sobre esse assunto é o “Storytelling com dados: um guia sobre visualização de dados para profissionais de negócios”, da Cole Nussbaumer Knaflic, eu já até falei sobre esse livro aqui no blog.

Por fim, busque o que é necessário para o que você precisa. Não há receita pronta para cada situação e muitas vezes a criatividade do analista pode ajudar a encontrar a solução esperada.

Não fique preso em uma ferramenta, lembre-se que o resultado é o que importa para você.  

Referências

Storytelling com Dados: um guia sobre visualização de dados para profissionais de negócios. Cole Nussbaumer Knaflic. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.

Magic Quadrant for Analytics and Business Intelligence Platforms. Disponível em:https://www.gartner.com/doc/reprints?id=1-2955ETOT&ct=220215&st=sb. Acesso em: outubro de 2022.

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