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O que a mudança para o Google Analytics 4 ensina ao mercado?

A mudança de versão do Google Analytics ensinou importantes lições ao mercado. Nos últimos meses, pude testemunhar uma corrida de diversos players para implementar a nova versão do Google Analytics 4, a fim de se adaptarem à nova ferramenta e continuar capturando seus dados.

O fato é que embora algumas organizações tenham se adiantado bastante, outras, por sua vez, acabaram se atrasando. Não por mal, mas talvez por não ter uma cultura analítica fundamentada em dados ou por não compreender que se tratava de uma mudança que não teria volta.

Eu tive a experiência de ver algumas versões do GA durante o tempo e nelas todas não houve a mesma correria que nessa última, que revelou algumas lições valiosas. 

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Não deixe as coisas para a última hora

A primeira lição que fica é a importância de não deixar as coisas importantes para o último momento. Foi notável, nas semanas que antecederam a morte do GA Universal, a pressa do mercado em se adaptar ao novo GA4. Ele está em funcionamento desde outubro de 2020! 

Embora tenham tido três anos para se preparar, muitos usuários enfrentaram dificuldades devido às mudanças significativas na usabilidade da ferramenta.

Percebi que algumas empresas passaram por essa mudança tranquilamente, e principalmente aquelas que focaram em treinamento, gestão e governança de projetos tiveram boa implantação da ferramenta.

Note que uso a palavra implantação, pois não se trata somente de uma simples instalação. Muitas organizações aproveitaram para rever tagueamento, objetivos, medições e principalmente a documentação.

Creio que para muitas empresas, a questão do treinamento foi muito importante, afinal, precisaram se adaptar de modo que seus usuários parassem de usar a versão antiga para usar à nova e, do que eu vi, muitos profissionais tiveram problemas com isso.

Documentação

A falta de documentação adequada do processo de tagueamento anterior, bem como macro e microconversões do site, prejudicou muito algumas revisões. 

Em algumas implementações, observei que versões anteriores não possuíam documentação completa e atualizada, o que levou a problemas na configuração. Às vezes, pode haver falta de entendimento do cliente no que deve ser rastreado, medido, considerado, bem como, o “caminho das pedras” dessa configuração. Em alguns casos, coisas que deveriam estar sendo medidas dentro do site, estavam sendo ignoradas, em outros, artefatos que estavam sendo medidos, também não estavam sendo analisados, pois os stakeholders mal sabiam da existência desses indicadores.

Tudo precisou ser refeito. Ou seja, partir de uma documentação do zero.

A impressão que fica é que quem fez o tagueamento anterior, planejou uma estratégia de medição de indicadores, enquanto quem olhava os dados, dava sua atenção para outros.

Instalações incorretas

Também foi observado uma quantidade significativa de instalações incorretas, inclusive do Google Analytics Universal. Isso demonstra a importância de realizar revisões constantes entre o que é capturado e o que realmente acontece.

Mesmo depois da implantação de uma ferramenta, é necessária revisão periódica, testes, avaliação e comparativo dos números. Essa é uma lição que fica para muita gente. Observei alguns casos onde os gestores estavam tomando decisões com números errados há tempos.

Creio que, além das auditorias de qualidade, a documentação pode ajudar a aprimorar os processos de tagueamento, verificação e controle de versões.

Não existe só o Google Analytics

Embora o Google Analytics seja uma das ferramentas de análise de dados mais populares do mundo, é importante lembrar que existem outras opções disponíveis no mercado. Muitas pessoas ficaram receosas com alguns aspectos das mudanças realizadas na ferramenta, mas é importante comentar que existem outras opções. Aqui vão algumas delas:

  • Matomo – que é de código aberto e oferece recursos semelhantes ao Google Analytics;
  • O Adobe Analytics – creio que é um dos principais concorrentes para o GA;
  • Clicky – que é uma ferramenta de análise em tempo real que oferece interface intuitiva e fácil de usar;
  • Open Web Analytics (OWA) – É outra alternativa de código aberto ao Google Analytics.

Em suma, a mudança de versão do Google Analytics trouxe valiosas lições para o mercado. A pressa em se adaptar, a necessidade de documentação adequada, o entendimento dos dados coletados e a revisão constante das instalações são aspectos cruciais para o sucesso na utilização dessa poderosa ferramenta de análise de dados.

A minha conclusão é que, embora o mercado todo tenha se preparado, falta ainda para muitas organizações uma cultura analítica de olhar para os indicadores, ferramentas de medição e armazenamento.

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